Tenho que tirar meu chapéu para a Rockstar, mioguios. Não porque esse jogo é bom, ele é uma merda, mas pela estratégia: primeiro lançaram aquele lixo hediondo que é o GTA IV, provavelmente o pior jogo desta geração, no qual refinaram a arte das atividades inúteis e entediantes com o ENREDO mais chato do universo e as cenas de ação mais fracas que já vi. Daí é claro que não tinha como o GTA V não ser incrivelmente melhor, sem necessitar de grande esforço.
"CINCO ANOS ON THE MAKING, MIOGUIOS" - Gazeta de Piçaraguatuba, sessão de gaymes, nov. 2013
Sim, GTA V é tão épico, é tão grandioso, é tão magnífico e bom pra caralho que levou cinco anos para ser feito. É o que nos dizem os jornalistas de games. Só que não. Toda continuação leva pelo menos de três a cinco anos para ser lançada, é óbvio. Lançar muito em seguida faz parar de jogar o anterior e faz abandonar o seu multiplayer, não é boa estratégia. Então não, eles não ficaram cinco anos fazendo o joguinho, amigo jornalista de games. Eles fizeram Red Dead Redemption. Max Payne 3. Depois voltaram pro GTA.
"O mundo aberto de GTA permite que o jogador tenha toda uma cidade para explorar. Trata-se de um lugar onde o usuário pode fazer absolutamente tudo o que quiser", afirma o acadêmico Jacinto Pereira. - Gazeta de Piçaraguatuba, Nov. 2013
É. Tudo menos arrancar uma árvore batendo nela com um caminhão. Pelo menos pode quebrar os cactus. Também não pode estuprar mulheres nas ruas. Também não pode matar os personagens amigos, a mira fica bloqueada quando tenta atirar neles. Também não pode assaltar bancos, a não ser em uma única missão scriptada. Não pode dar uma mijada no banheiro que nem o Duke Nukem fazia. Não pode tirar a pica pra fora nas ruas. Não pode escolher opções diferentes na hora de responder as mensagens no celular, apesar da frase "chose a response", porque sempre tem apenas UMA pra escolher! Não pode fazer nada que não podia fazer em qualquer outro GTA. Cara, não pode nem virar a porra da arma pra esquerda durante os tiros como pode fazer em qualquer joguinho atual razoável com as cenas de tiro nesse estilo, porque os gênios fizeram no PC e pra jogar com mouse, então no videgame fica sempre com a arma travada pra direita. Ou seja, é o mesmo jogo de sempre, com as mesmas tarefas e missões de sempre, só que BEM MELHOR QUE O GTA IV, porque é impossível fazer algo não melhor que aquilo.
"A maneira como a empresa critica a sociedade em GTA, ainda que de forma sutil, é outra sacada dos britânicos Sam e Dan Houser, irmãos e fundadores da Rockstar." - Gazeta de Piçaraguatuba, Nov. 2013
É, é uma maneira sutil como nunca foi visto antes. Tipo, eles desenham caralhos gigantes disfarçados no cenário, comparam cerveja com mijo e dizem que os americanos ficam retardados porque assistem televisão demais. Tu vê só a profundidade da coisa, são praticamente filósofos, grandes pensadores. Porque os Simpsons, Family Guy, Southbostark e QUALQUER OUTRO SERIADO E DESENHO dos ultimos 20 anos já não faz isso. MEU DEUS, eles chegam a genialidade máxima de parodiar reality shows. Onde já se viu?
"Mas LAIONEL, você não jogou o jogo! Não pode falar!" - mail revoltado de jornalista de games da Gazeta de Piçaraguatuba, futuro próximo.
Em primeiro lugar, eu não sou o Lionel, mas o Invencível Homem de Ferro. Em segundo lugar, eu joguei até o fim essa merda. Eu sou louco de dógras, cara. Eu li Wheel of Time do início ao fim. Todos 14 volumes. Mais o prólogo. Eu vi American Horror Story na corrida em dois dias. Eu vi Red Peony Gambler do 1 ao 8 em uma única noite. Eu li a obra completa do Brian Michael Bendis. Eu bati punheta pra foto da Hebe Camargo, filho da puta. Sou membro oficial que paga no cartão do site da Sarahbigbutt e participo do fã clube do Tora-san. Tenho autógrafo da Vanja em um desenho furry comissionado. Fui no show Ultimate Final Ovation da Pink Lady e assisiti todos episodios de Pink Lady e Jeff. Eu sou fã do Emir Ribeiro. Vencer GTA V é barbada. Até porque é bem mais curto que todos anteriores, leva menos tempo pra vencer que Vice City. O mapa é bem maior, mas é mais vazio, estilo os desertos do Red Dead Redemption, só que tem menos missões e elas ficaram extremamente fáceis, porque agora cada vez que tu morre, não precisa mais dirigir do cu do mundo até o local da missão de novo, o que consumia uns 10 a 15 minutos de jogo, sempre com a repetição de um diálogo MIMIMIMI cuentin-tarantinesco-só-que-não-mesmo, mas digressiono: não precisa mais dirigir de novo até a missão, repete do mesmo lugar onde morreu, daí é barbada. O que é bom, porque dirigir de novo até lá era um método extremamente monótono e imbecil de prolongar os jogos anteriores. As missões também estão um pouco menos entediantes, coisa que o GTA IV era rei de fazer. Claro que ainda rola muita arte, como as missões de rebocar carros e a de lavar o chão do fbi...
"Em GTA V, muitas febres culturais ganharam adaptações ácidas. O facebook virou o LifeInvader (Invasor de Vidas), o 50 Tons de Cinza se transformou no Chains of Intimacy (Correntes de Intimidade, analogia ao fato do livro falar abertamente sobre sadomasoquismo), e o jogo Call of Duty, game de tiro em primeira pessoa e sucesso de vendas, virou Righteous Slaughter 7 (Matança Justa 7), cujo slogan é algo como a verdadeira arte da matança contemporânea." - Gazeta de Piçaraguatuba, suplemento de aeróbica, vol 2.
Mais ácido que isso, só a blogosfera riograndese.
Tu vê só que GOZADO, que ácido, que mordaz: facebook é o lifeinvader! Heim? E Chains of Intimacy! Que fascinante. Então Tron Jeremy é uma SACADA de gênio. E Tromeu e Julieta?
"Uma das principais características dos jogos da franquia é o uso cômico da violência e a figura de anti-herói dos protagonistas. GTA V não foge à regra. Bebe da fonte de importantes obras cinematográficas, como Kill Bill (Quentin Tarantino) e Assassinos por Natureza (Oliver Stone), onde o exagero é regra e não exceção."
Só que não. Temos três personagens medíocres e caricatos pra ficar trocando de um pro outro, a troca é uma das poucas coisas inéditas no jogo, mas é mal aproveitada, a única coisa que faz mudar a história é a ULTIMA MISSÃO, que muda o final do jogo dependendo de uma das três opções que se escolhe. A violência não é caricata e exagerada, é só besta.
Os personagens são Franklin, o pior de todos. Afro americano sagaz, clonado do CJ do GTA San Andreas, é o que tem menos história: ele é amigo de um outro parceiro que se mete com gangues, que nem no San Andreas, e mora com a tia. Fim. Não tem mais história que isso. E ele não muda nada do início pro fim, acaba como começou. Como característica principal e inédita e nunca antes vista, Franklin fica falando "homie" e "nigga" para seus parceiros. Tu vê só, heim. Ele é o mais bonzinho, genérico e o que mais passa em branco dos personagens porque é afro americano e este jogo é extremamente politicamente correto. Sim, isso não é piada, GTA V, o quatro também era, é politicamente correto. Veja como trata sempre com cortesia e respeito os homossexuais, veja como não mostra atos de violência contra crianças, como as únicas piadas com a sociedade são contra coisas manjadas e que por mais aparentemente controversas que sejam já foram testadas milhares de vezes nos simpsons e em todo e qualquer outro desenho desse tipo. Veja como o máximo de ironia é parodiar esses shows de calouros modernos ou programinhas bestas de rádio ou o "consumismo". E o máximo da violência é dar tiros nos outros. E o máximo do "adulto" no roteiro é ficar repetindo "FUCK" e a possibilidade de comer prostitutas (mais sobre isso depois.)
Não, jornalista de games, GTA V não tem nada de entretenimento adulto (afinal, são as crianças de 10 a 15 anos que mais se divertem com os fuck, com comer prostituta em um videogame e com os tiroteios mal feitos que permitem mira automática para ficar praticamente um aperte X para vencer). NÃO PODE ser comparado facilmente a grandes filmes como Taxi Driver, de Martin Scorsese (aposto que vocês não sabiam que Taxi Driver era do Martin Scorsese) ou a vívidas obras da literatura, como Meridiano de Sangue, de Cormac McCarthy. Porque essas obras tem originalidade e ou revolucionam o cinema e a literatura. GTA V apenas copia caricaturalmente algumas cenas de filmes violentos, sem o mesmo sucesso e sem o mesmo impacto, pois já é a cópia da cópia em décimo grau, é mais do mesmo, é a quinta parte de um joguinho em que pouca coisa muda. Comparar com Scarface e filmes de gangster é justificativa de punheteiro que não tem coragem de dizer pra mulher "Queridaw, estou jogando um videogame de tirinho e dirigir carro," mas diz "Queridaw, contemple, GTA V não é um jogo de tirinho e dirigir carro, é uma obra adulta, é o FRANCIS FORD COPPOLA dos videogames e o Trevor é o Marlon Blando amanteigando o cu da Maria Schneider." Então tá. Depois não sabe por que ela te trai, né? Tonight you are... THE BULL.
O segundo personagem controlável a aparecer na obra é Michael, um gordinho que vive com a família, que por sua vez é igual a toda a família caricata de qualquer seriado americano que parodia a vida muderna: Eu a patroa e as crianças, family Guy, etc. Ele é um pouco mais divertido que Franklin porque a Rockstar, produtora mais covarde de todos os tempos, se permite ser levemente, mas bem pouco, menos politicamente correta com um personagem que não seja afro americano. A Rockstar se caga de medo de irritar de verdade, mioguios. De BUTAR o dedo na ferida. De fazer um personagem afro psicótico e sem caracteristicas que o redimam. Que cor é o Trevor? Que cor é o Trevor, heim? A Rockstar é tão polticamente correta que NEM EM SONHO ousou colocar aviões no GTA IV, porque o jogo era em Nova York. avião nos edifícios de Nova York em videogame? Ó lá: os irmãos HOUSER tremem feito vara verde só de pensar, mioguios. "Ah, mas a cidade era muito pequena e fechada, não ia dar pra botar aviões." Claro. Pode pular de para-quedas, dirigir helicoptero, mas avião não ia dar, né? Só no GTA V, porque é maior. E não é em Nova York. Muóóó.
O terceiro personagem é o Trevor. É o único engraçcado, porque é um caipira mutante psicopata caricato. Não se via algo assim desde o personagem do Vice City, o mafioso italiano com camisa de florzinha. GTA era pra ser caricato. Mas eles querem fingir que é sério, querem fornecer desculpa pro cuckold dizer pra mulher que tá em pleno entretenimento adulto enquanto ela vai na aula de karate na academia do Ricardão. Veja bem, no San Andreas o personagem principal era o CJ, um afro americano politicamente correto e bem intencionado, bonzinho e que se via praticamente ARRASTADO e forçado pela sociedade a participar, RELUTANTEMENTE, de crimes. No GTA IV era um imigrante do leste europeu, um homem AMARGURADO e dramático que vivenciou a guerra e tal, também bonzinho e bem intencionado, porque só americanos rednecks e italianos mafiosos são maus de verdade. Mas o Trevor é violento e pau no cu e levemente errático e tenho certeza que você vai achar divertidissimo e educativo mostrar pra sua mulher como o jogo é adulto e como parodia sutilmente a vida moderna ao mudar de personagem pro Trevor e ver ele cagando ou batendo uma bronha. Pelo menos, na melhor cena dessa merda, a primeira em que o Trevor aparece, ele prometia alguma alegria pro jogador ao matar direto um daqueles personagens cheios de mimimi do GTA IV e sair pra uma missão que consiste em dar tiros em uns trinta motoqueiros. Parecia que ia botar pra FUDER, mioguios, acabar com a chatice que estava o jogo, acabar com a falação sem fim, mas depois volta tudo ao normal.
"Mas Laio... digo, Invencível Homem de Ferro, você não entende: em GTA V o jogador pode fazer QUALQUER COISA! Se ele não quiser não precisa fazer nenhuma das missões!"
É, aí é só ficar andando a rolete pra sempre pela cidade, porque se não faz as missões o jogo não progride. Não tem muita coisa pra fazer além das missões. E elas são lineares, não mudam nunca, o máximo que tu escolhe é que arma usar e por qual rua atacar o inimigo. Vejam a quantidade de opções que tem o Minecraft, nos lembra o Monjolo Panza, renomado autor de Digam a Satan Goss que o Recado foi Entendido. Vejam o Skyrim, que é limitado, mas pelo menos cada questzinha apresentava de três a cinco maneiras diferentes de terminá-las, da mais pau no cu e violenta até a mais diplomática ou paladina da justiça.
"MAS sem GTA não teríamos jogos open world! Foi aqui que a coisa começou."
Rematada bobagem. Jogo épico e open world tem desde Might and Magic, desde Ultima IV, Arena, Daggerfall. Muito antes de 1997, quando foi lançado o primeiro GTA. Que ainda era bonzinho, porque não tinha muito mimimi e não era só jogo genérico se disfarçando atrás de propaganda.
GTA V é melhor que o IV e que San Andreas, mas é um jogo medíocre porque em tudo o que dá pra fazer nele, nada se faz com MAESTRIA. Tudo o que ele faz é amador. As cenas de ação e tiro são mal feitas, como aquele zoom tosco da arma que tira as coisas da mira, como o fato de não dar pra mover ela pro lado esquerdo (se tem um jeito de mover pro lado e eu não sei, mioguio, o meu veio sem manual, porque agora os jogos originais não tem manual), as cenas de dirigir e pilotar veículas também não são as melhores do estilo, e a história é um festival de abobrinhas sem graça e sem sentido que fazem os filmes do nosso considerado Uwe Boll parecerem obra de arte.
"A Rockstar, produtora do jogo, faz questão de se aproximar da sétima arte em todos seus títulos. Seus personagens são marcantes e a sua propaganda lembra mais o trailer de um filme do que o gameplay de um jogo", diz o especialista Ale Mchaddo, presidente da Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos Digitais (Abragames) e professor do curso de Design de Games da Universidade Anhembi Morumbi, que também trabalha como produtor de cinema. Só que ele não percebeu que em TODOS JOGOS hoje o trailer é mais como de filme, evitam mostrar o gameplay, que é praticamente sempre a mesma coisa. O forte dos jogos não é mais o gameplay. Vai ver trailer de joguinho ali no youtube. Qual não é feito pra parecer de filme?
"Essa liberdade narrativa é um dos pontos fortes de GTA V. Você pode tanto seguir o roteiro pré-estabelecido pelo jogo, cumprindo as missões, quanto fazer a sua própria história. Nada é obrigatório" aponta Rodrigo Valente, Coordenador da Empresa de Comunicação Júnior da ESPM. Ele ainda compara o jogo a um filme. Ele não nota que não há liberdade narrativa, você pode apenas seguir o roteiro do jogo e cumprir as missões, todas elas, menos a ultima, lineares. Não há como fazer sua própria história, a história não muda, o personagem não pode se aposentar, abandonar o crime e doar todo seu dinheiro, como no Skyrim e no Oblivion, ou virar um ator de cinema pornô como no Fallout. Tudo é obrigatório e a solução é sempre a mesma: atirar e roubar carros. Repete e repete.
"Você é ator principal, diretor e roteirista, nunca a indústria dos games chegou tão perto da indústria do cinema," afirma Rodrigo, um jogador perspicaz e inteligente que não conhece Hideo Kojima.
"A especialista em psicoterapia Caroline Brandalise conta que muitas famílias com crianças de nove ou 10 anos a questionam sobre permitir ou não o acesso a esses games. Para ela, é necessário que o jogador já tenha desenvolvido um certo controle emocional." Senão a policia mata tua família e faz parecer que tu é o Marcelinho e foi influenciado a atirar em todo mundo pelo Assassins Creed, que por sua vez se passa na itália na renascença e o personagem meio que só usa espadas e facas. Mas garanto que o Marcelinho também ficou amigo do Leonardo DaVinci devido a influencia do joguinho.
"No livro Game Over: Jogos Eletrônicos e Violência, a pesquisadora da Universidade Estadual da Bahia (UNEB) Lynn Alves defende que os jogos não produzem comportamentos agressivos. Segundo ela, isso é, principalmente, um sintoma de questões afetivas e socioeconômicas." Meu Deus, quando vamos importar psicólogas e pedagogas cubanas?
Mas os gráficos são bonitos, heim? HEIM?
São um lixo. Mesmos gráficos do quatro. Só que parecem muito melhores porque:
1 - removeram aquele filtro especial de miopia que deixava o cenário todo nublado.
2 - adicionaram lens flares que fazem a luz do sol brilhar na camera e disfarçam o 3D porquinho.
3 - os cenário são mais vazios e leves.
E para terminar:
"Mas CARA, tu não entende. GTA V tu pode fazer o que quiser, tu pode COMER PROSTITUTAS!"
É. O jogo de maior sucesso atualmente tem como CARACTERÍSTICA principal o fato de poder comer prostitutas 3D (tudo politicamente correto, claro, não aparecem as atrochações e tu nem pode SACUDIR o joystick pra participar da meteção como nos clássicos Tedoku in Happy Hour e Bedroom Olympics) e assisitir a LAP DANCES virtuais com modelos tridimensionais mal feitos. E depois querem dizer que videogame evoluiu. Que é coisa de adulto. Que não é de cabaço punheteiro. Que não é pra criança retardada. Então tá.
"Ah, mas tu não precisa só comer prostitutas, pode fazer coisas bem divertidas, tipo as missões e... e... e... bom... e... as missões e... ah, procurar 150 objetos escondidos no cenário, que nem as bandeirinhas do assassins creeed!"
The Last of Us tão maior.
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