Vendo a lista de jogos de esportes de mega drive que tenho diante de mim agora, pensei em desistir do bauru de jogos, tamanho é o número de porqueiras. Mas eis que de repente me deparo com a minha TÁBUA OUIJA que veio grátis na série de livros Ciências Proibidas (da editora Nova Cultural, lançado em 1983 - Grátis o jogo do copo que anda!). Vou convocar brilhantes escritores mortos para que eles cadastrem pra mim esses jogos ruins e façam reviews melhores que os meus. Pra começar...
Coach K College Basketball - Por H. P. Lovecraft *
Certos horrores não foram feitos para a mente humana compreender, e quando confrontado pela primeira vez com a diabólica máquina negra, logo reconheci, inconscientemente, a presença do insólito, e quase automaticamente saltei e corri feito um homossexual passivo e um tanto parvo para longe do mórbido mecanismo de formato retangular em cuja extremidade pendia um hediondo e retorcido cabo escuro ligando o aparato a minha caixa controladora como se fosse um hediondo verme sanguessuga. Há horrores além dos horrores e este era um daqueles núcleos de toda a hediondez imaginável que o cosmos guarda para destruir alguns poucos infelizes e desgraçados. Da tela de decadente fosforescência, cujo repugnante brilho assumia o maligno formato dos avermelhados e diabólicos caracteres E e A, reverberou uma voz inumana, e aquele grito lancinante fez minha sanidade se esvair; meu inconsciente jamais esquecerá aquele som gutural pronunciando decréptias palavras que apenas com muito cuidado ouso aqui repetir: "E.A. Sports Into the Game", palavras que remetem minha memória diretamente a um trecho relutante do amaldiçoado e inenarrável Necronomicom do desvairado árabe Abdul Alhazred, na interdita tradução latina de Olaus Wormius que tive a infelicidade de encontrar num sombrio e esquecido porão da universidade de Miskatonic.
Quando por fim me recuperei do desgastante choque, despertando de pavorosos pesadelos onde me vi flutuando sobre as gélidas planícies de Lein enquanto por detrás recebia carícias monstruosas de um pequeno roedor chamado Brown Jenkin, como num delírio provocado pelo ópio, que como todo mundo sabe é a inspiração de meus contos fantásticos, percebi uma ritmica batida ritualistica soando ao meu redor, digna dos mais negros e sanguinolentos sabás. Outro sonho, pensei, mas eu estava desperto e na amaldiçoada tela símbolos grotescos de raças há muito esquecidas, mais antigas que o homem, símbolos circulares, esféricos e azuis que eu poderia descrever como bolas de basquete em miniatura, subiam sem parar numa infinita profusão de horrores, uma procisão de entidades que não deveriam existir. Sim, a natureza não deveria permitir treinadores de times de futebol de universidades interioranas digitalizados. Isso é errado, isso é concebível apenas em planos que escapam às leis da física e matemática.
Pressionei o botão em meu aparato de controle, um artefato com o qual os homens da ciência jamais deviam ter sonhado, e cujo macabro projeto certamente sofreu inspirações da inimaginável máquina do inefliz Crawford Tillinghast, e então surgiu a nebulosa tela de opções, onde escolhi meu horrendo time preferido, ou seja, o da universidade Miskatonic.
Mm.
Até que não é tão ruim.
Porra.
Fiz uma cesta.
É, não é tão horrível assim.
Gostei. Dois polegares.
* com legendas das screenshots pelo Demônio Rimador.
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